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O início da interpretação simultânea
A interpretação simultânea é hoje usada
por muitas instituições internacionais e todo o tipo
de assembleias multilingues mas são relativamente recentes
a formação especializada e o sistema técnico
que tornaram possível trabalhar em várias línguas.
Depois da Segunda Guerra Mundial, quando foi criado o Tribunal Internacional de Nuremberga para julgar os criminosos de guerra , houve a necessidade urgente de interpretação de inglês, francês, russo e alemão. Usar a interpretação consecutiva iria prolongar consideravelmente a duração dos processos. A tarefa de arranjar uma solução foi confiada ao Coronel Leon Dostert, que fora intérprete do General Eisenhower e que era bilingue. Dostert estava convencido de que era possível ouvir um orador e reproduzir o seu discurso noutra língua, ao mesmo tempo. Também compreendeu a importância de os intérpretes terem uma boa visão dos oradores e da sala, para uma melhor compreensão da situação. Nos julgamentos, os intérpretes encontravam-se instalados próximo dos réus. Estavam distribuídos por três equipas de 12 e o seu trabalho encontrava-se rigorosamente cronometrado: enquanto a equipa A trabalhava durante 45 minutos, a equipa B ouvia o processo numa sala ao lado. Após uma pausa, as equipas A e B revezavam-se. Durante esse turno a equipa C tinha meio dia de repouso. O rigor posto na organização dos serviços de interpretação em Nuremberga contribuiu para demonstrar as vantagens da interpretação simultânea. Hoje o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia trabalham com 20 línguas oficiais, o que faz do planeamento e recrutamento de intérpretes uma tarefa complexa, apoiada na informática. O que os computadores ainda não conseguiram fazer foi compreender e reproduzir noutras línguas as subtilezas de uma língua falada. Falar é exprimir, entre outras coisas, uma determinada cultura, um contexto social. Revela-se no discurso uma disposição pessoal e uma intenção . Só a mente do ser humano é capaz de fazer a síntese e reconstituir a mensagem noutra língua. Copyright AIIC- REGIÃO PORTUGAL CD
ROM sobre a história da Tradução e da Interpretação |
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Historial - Intérpretes - Curiosidades - AIIC Porto 2003 |